Teoria do Nudge: Como Influenciar Decisões Humanas.

A Teoria de nudge teve sua fama em 2008 quando o conceito foi abordado por Richard Thaler e Cass Sunstein em seu livro: ‘Nudge: Improving Decisions about Health, Wealth, and Happiness’ ( Nudge: Melhorando as Decisões sobre Saúde, Riqueza e Felicidade).

A Nudge Theory mais conhecida em português como a teoria do empurrãozinho, é baseada na idéia de que quando mudamos uma situação ou ambiente, podemos influenciar a probabilidade de uma opção ser escolhida, o principal fator que a Nudge defende é a capacidade de um indivíduo manter a liberdade de escolha e sentir-se no controle das decisões que toma.

Trabalhando com nudge em ux

A Teoria de Nudge está profundamente ligada à psicologia humana e pode ser aplicada em diversas situações do cotidiano. Ela influencia a maneira como as escolhas são apresentadas, ajudando a guiar o indivíduo para tomar decisões sem limitar suas opções. Isso significa que nudges podem ser usados em vários contextos, como em reuniões, ambientes de trabalho, lanchonetes, lojas online, ou qualquer outro cenário que envolva tomadas de decisão.

A essência da teoria é auxiliar na construção da “arquitetura da escolha”, ou seja, o modo como as opções são estruturadas e apresentadas, de forma a incentivar a escolha que desejamos. Embora sutil, essa abordagem é eficaz para direcionar as pessoas em direção a comportamentos desejados, sempre respeitando sua liberdade de escolha.

Essa teoria na área de tecnologia torna-se uma ferramenta poderosa no design de interfaces e na experiência do usuário. A decisão do usuário pode ser tomada a partir de cores, designs intuitivos e outros padrões que serão apresentados durante a leitura.

Alguns dos principais tipos de nudges

Feedback imediato: quando oferecemos um retorno imediato para um usuário depois que ele executa alguma ação, um exemplo clássico é uma barra de progresso em um formulário que incentiva a conclusão da tarefa. O feedback imediato também pode ser usado para reforçar ou corrigir erros de comportamentos do usuário, como aparecer um alerta quando alguma informação foi digitada errada.

Uso de incentivos: quando oferecemos recompensas ou mostramos benefícios que o usuário pode ganhar se executar tal ação. Um exemplo é mostrar o valor economizado se caso o usuário assinar determinado serviço.

Arquitetura de escolha: aqui é onde colocamos um determinado elemento que queremos que o usuário clique em uma disposição visual onde pode influenciar o usuário a clicar. Um exemplo é quando colocamos um botão de ação em uma posição de destaque em uma página.

Princípio de escassez: a ideia de que algo é limitado ou raro pode levar as pessoas a tomarem decisões mais rápidas. Quando colocamos um alerta de “últimos itens em estoque” em uma loja online, é um exemplo de escassez.

Normas sociais: pessoas tendem a tomar decisões com base na opinião de outras pessoas, então quando colocamos o comportamento de outros usuários em evidencia podemos influenciar a escolha. Exemplo: “90%” dos nossos clientes escolhem essa opção.

Defaults (Padrões pré-definidos): as opções padrão são aquelas que o usuário recebe automaticamente, a menos que faça um esforço consciente para alterá-las. Por exemplo, em um formulário, deixar uma caixa de seleção marcada por padrão para inscrição em newsletters.

Simplificação de escolhas: reduzir o número de opções ou facilitar a comparação entre elas torna a decisão mais simples e menos desgastante para o usuário. Por exemplo, agrupar produtos em categorias claras em um e-commerce.

Recomendação personalizada: essa estratégia usa dados para oferecer sugestões relevantes a um usuário com base em seu histórico, preferências e comportamentos anteriores. O objetivo é tornar a experiência do usuário mais eficiente e satisfatória, levando-o a consumir mais produtos ou serviços.

Netflix: recomendação personalizada

Podemos observar que toda vez que entramos na netflix temos um catálogo de “recomendados” que sugere filmes e séries com base em nosso histórico. Por traz disso é programado um algoritmo de aprendizado de máquina que analisa nosso histórico e sugere filmes e séries que são mais propensos para clicarmos de acordo com nosso uso da plataforma, essa estratégia busca a nossa retenção no serviço de streaming.

Conclusão

Podemos concluir que essas estratégias de nudges estão por toda parte, desde sites e ambientes de trabalho até relacionamentos pessoais. No âmbito de vendas, com o objetivo de converter uma pessoa em assinante ou cliente, essas estratégias são cada vez mais estudadas e aplicadas. Conhecer essas estratégias é fundamental para uma empresa aumentar seu lucro, utilizando a psicologia humana para influenciar a tomada de decisões.

Daniel Borba